A trilha 01 será a nossa primeira trilha. Ela possibilitará que você comece a bater as asas, levantando voos, através dos ventos que encontrar na observação de cada imagem, e assim, ter condições para pousar colocando os pés nas nuvens. Dependendo do modo como você vai voar, poderá pousar em nuvens altas, médias, pequenas ou nuvens que se movimentam para cima ou para baixo. Você tem curiosidades sobre as nuvens? Neste link você poderá compreender quais são os tipos de nuvens, caso tenha interesse.
Para iniciar essa jornada, proposta na trilha 1, você precisará dos ventos (questões) pois eles te ajudarão a levantar voos, e você estará se movimentando com a ajuda dos ventos. Por isso, você será guiado(a) por algumas questões onde perceberá um processo de pensamento em construção.
Escreva suas percepções iniciais…
Essa foi uma pergunta feita durante as reflexões iniciais do grupo. Poderão observar nas Figuras 01 e 02 algumas anotações que nos ajudam a perceber o início deste processo de pesquisa.
Fonte: Eliane Chaud
Fonte: Odinaldo Costa
O que significa a palavra Âmbar?
No dicionário Michaelis on-line encontramos essas definições: “Diz-se de cor que tem um tom amarelado, tirante a castanho.
1 Essa cor.
2 Miner V âmbar-amarelo.
3 Quím V âmbar-gris.
4 Cheiro ou perfume suave; aroma”.
Disponível em Michaelis. Acesso 27 de set de 2021.
Como os significados de Âmbar são construídos pelos/as artistas-pesquisadores/as?
Segundo Eliane Chaud (2021):
[…] Pensar a cor âmbar foi o ponto de partida para desenvolver os trabalhos apresentados nesta mostra expositiva, percebendo a luminosidade que temos aqui na Região Centro-Oeste e que interfere intensamente sobre nós e a paisagem ao nosso redor.
Na visão de Rubens Pileggi (2021):
[…] as lâmpadas do bairro são de cor âmbar, também, e acontece que, muitas vezes, as lâmpadas (ou os reatores) entram em curto circuito e ficam acendendo e apagando aleatoriamente. Então, aquilo que é menos perceptível, ou mais “insignificante”, entra na ideia do processo de criação como uma percepção do anônimo, do efêmero e do “erro” como possibilidade da criação de uma “voz” normalmente desprezada.
Glayson Arcanjo (2021) constituiu uma “ambiência âmbar” esclarecendo que
[…] Na proposta de investigação junto ao grupo Âmbar, pensei em observar o cotidiano que se passava ao meu redor. Foi assim que, inicialmente, me aventurei na utilização de vidros coloridos para capturar as vistas do quintal, de modo a construir paisagens cromáticas de cor âmbar. Na primeira tentativa, utilizei fragmentos de vidros colocados na frente da lente para captar cenas com tonalidades próximas às do que imaginava, a princípio, constituir uma “ambiência âmbar”. […] Com o passar dos dias e das semanas, e com o aumento da seca e do calor nos meses de agosto e setembro, vi a cor âmbar, antes buscada através da fotografia, se tornar mais presente na própria vegetação do quintal: nas frutas, nas folhas, nos galhos e nos troncos das árvores que lentamente secavam. Nas plantas e vegetação, a presença das cores antes com tonalidades verdes, passaram com a seca, a cores e tonalidades amareladas, alaranjadas, amarronzadas.
Para pensar significados de âmbar, Adriana Mendonça (2021), conta que “encontra em alguns objetos naturais (…) pigmentos para realização de antotipias e aquarelas. E ela continua:
Além de buscas na memória, de referências do passado, o processo criativo se deu com flores de árvores nativas da região do Estado de Goiás, encontradas nas proximidades da minha casa. Durante alguns meses busquei identificar as árvores da região; observar o período de florada das árvores; realizar esboços e anotações em cadernos sobre os ciclos das árvores; fotografar; coletar diariamente flores caídas de ipês e jacarandás; extrair pigmentos de flores das árvores; registrar paleta; observar a anatomia das árvores e das flores e, finalmente, realizar antotipias com representações botânicas usando as cores naturais. […] Esse movimento de experimentar e catalogar cores extraídas de vegetais possibilitou-me descobertas, ou lembranças, tonais e olfativas que resultaram em desenhos com cheiros de terra e flores.
Odinaldo Costa (2021) parte da presença do corpo para pensar sobre o âmbar.
[…] Sou paraibano, cheguei do interior para morar em João Pessoa aos 6 anos de idade. A pandemia do novo coronavírus me trouxe para cá, na mesma rua em que morei minha infância e juventude. Estar presente nesse lugar de afeto, desencadeou vários processos artísticos, escolhi mostrar as estratégias que tenho criado para lidar com a paisagem de minha infância. Estou realizando vários mapeamentos partindo da presença de meu corpo nessa paisagem específica, a praia de Tambaú.
As reflexões de Maria Tereza (2021) articulam qualidades medicinais das plantas da região do cerrado com atrativos plásticos e visuais desta vegetação:
[…] pensando sobre as plantas medicinais do cerrado, as árvores do cerrado, as seivas destas árvores, cheguei até a copaíba ou “pau d’óleo” que é um óleo/resina exsudado pela planta como autodefesa geralmente com propriedades medicinais. Daí lembrei de outras árvores e suas seivas. A seiva do Jatobá e as resinas do Angico. […] A resina do Angico, seu brilho, transparência e maleabilidade seduziu meu olhar. Assim, início a captura de pistas pelos cadernos de anotações, reviro antigos guardados, escritos, esboços, sementes, cheiros e tons.
Como as discussões começam a ganhar materialidade?
Quando o grupo começou a discutir sobre cor e luz, a partir do significado da palavra âmbar, pensaram na luminosidade que podemos observar no Centro-oeste e suas reflexões caminharam para as lembranças do pôr-do-sol.
Você já parou para observar o pôr do sol? Quais são as suas lembranças?
Não deixe de anotar em sua folha o que está pensando e sentindo sobre esta questão.
Fonte: Rubens Pilegi
O que você conhece do cerrado, vegetação que predomina na região centro-oeste do Brasil? Onde você mora? Já fez alguma fotografia de um pôr do sol? Quer compartilhar com o grupo? Se deseja compartilhar, envie a fotografia que fez de um pôr do sol para educativaccufg@gmail.com. Não esqueça de anotar em seu papel alguns comentários sobre a sua imagem.
Vamos compartilhar com vocês algumas obras de artistas que utilizaram o sol ou o pôr do sol em seus trabalhos. Talvez vocês conheçam alguns…
Fonte: Disponível em: https://followthecolours.com.br/art-attack/suns-penelope-umbrico/. Acesso 09 de out de 2021.
Fonte: Peter Macdiarmid/Reuters. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/turismo/fx2010200318.htm Acesso: 09 de out de 2021.
Você já ouviu alguma história sobre as impressões de Manet acerca da luz dos trópicos, quando ele esteve no Brasil?
O artista-pesquisador Rubens Pileggi (2021) nos conta que:
Conversando com um amigo sobre a luz dos impressionistas, lembrei a ele que Manet – a quem foi atribuído não só o nascimento do Movimento artístico, mas o início do questionamento sobre a planaridade da pintura – veio ao Brasil, aos 14 anos de idade, e escreveu, à sua mãe, uma carta relatando como, olhando a paisagem, do mar, tudo o que estava tão longe parecia estar perto, devido a intensidade da luz. […] O pintor, professor e artista brasileiro Carlos Zílio escreve que – se é que foi isso mesmo que sucedeu – até a luz dos trópicos foi levada daqui, para poder renovar a arte Europeia, necrosada na representação realista dos temas. Basta lembrar que o pintor Taunay disse – nessa mesma época em que precursor do impressionismo esteve por essas bandas do Atlântico – que era impossível pintar, no Brasil, por causa da luz, destemperando a relação tradicional fundada na Renascença.
Se quiser saber mais sobre esse assunto, poderá acessar a Resenha “Viagem ao Rio. Cartas da Juventude. 1848-1849”, Edouard Manet. Acesso 06 de out. de 2021.
Certamente elas nos ajudam a pensar sobre a percepção da cor. Sabe dizer alguma coisa sobre cor-luz e cor-pigmento? Se quer aprender mais, o livro “Da cor à cor inexistente” de Israel Pedrosa poderá te ajudar. Olha o que ele nos diz:
Cor-pigmento é a substância material que, conforme sua natureza, absorve, refrata e reflete os raios luminosos componentes da luz que se difunde sobre ela. É a qualidade da luz refletiva que determina a sua denominação. O que faz com que chamemos um corpo de verde é sua capacidade de absorver quase todos os raios da luz branca incidente, refletindo para nossos olhos apenas as tonalidades dos verdes (1982, p.17).
Que comentários você pode fazer sobre a sua compreensão de como se dá o processo criativo deste grupo de artistas? Pode anotar estes comentários em seu papel?
Você quer compartilhar com o grupo as suas anotações? Tire uma fotografia da sua folha de papel, com as suas anotações, e envie para educativaccufg@gmail.com